Resenha: The Strokes - Angles (2011)


Lançado em 22 de março de 2011, Angles é o mais novo álbum do Strokes, uma das bandas mais conceituadas do Indie Rock. Com o lançamento de seu primeiro disco, Is This It, em 2001, e impulsionado pelo single Last Nite, a banda alcançou prestígio internacional, sendo considerada a salvação do rock no fim de uma década que viu o Grunge de Kurt Cobain e Eddie Vedder nascer e morrer, e o sucesso do Britpop de bandas como Oasis e Blur.

Voltando ao Angles, esse foi um dos álbuns mais esperados da década, já que o último disco do Strokes, First Impressions of Earth, havia sido lançado em 2006, e não tinha sido recebido muito bem pela crítica, já que quebrou um pouco com o estilo Garage Band da banda. Logo, o lançamento gerou uma grande expectativa, será que o álbum voltaria com o estilo do Is This It, como o álbum solo do Hammond Jr., ou avançaria mais nas influências dos anos 80, como no álbum solo do Julian?

A resposta é: O álbum possui influências dos dois lados, mas principalmente do Phrazes For The Young, já que os teclados preenchem a maioria das músicas do disco. Uma das únicas músicas com poucos teclados do disco é a aclamada Under Cover of Darkness, que foi lançada como single antes do lançamento oficial do Angles, e acabou criando uma falsa sensação de que o disco seria uma volta as raízes. Pois então, terminada a retrospectiva, os comentários:

1 - Machu Picchu: O álbum começa com uma batida marcante de bateria eletrônica, quase um Ska. Uma música agradável de se ouvir, que já mostra as novas direções da banda. Destaque para a swingada frase de guitarra que é tocada logo após o refrão.

2 - Under Cover of Darkness: Considerada por muitos a melhor música do disco, Under Cover começa com um dos melhores riffs criados por Albert, e segue com a batida forte e rápida de Moretti. É uma das músicas que mais destoam do álbum, por lembrar muito o Strokes do começo da década. Curiosamente, uma das frases da música mostra essa contastação, "Everybody's singing the same song for ten years".

3 - Two Kinds of Happiness: A segunda música com bateria eletrônica do disco, começa calma e irrompe no seu refrão permeiado pela guitarra de Albert e a bateria de Moretti, destaco aqui a grande atuação do baterista no disco, que merecia mais espaço em detrimento do uso da bateria eletrônica.

4 - You're So Right: A primeira "surpresa" do disco, essa música parece ter saído de algum disco de Radiohead, e é a mais experimental do disco, não é realmente agradável de se ouvir.

5 - Taken for a Fool: Novamente as guitarras ganham espaço no disco, mas ainda com uma influência oitentista, poderia estar perfeitamente em um disco do The Cure. Destaque para o refrão, em que Albert nos brinda com seus fraseados de guitarra.

6 - Games: Com certeza a música mais anos 80 do disco, e é provavelmente a minha preferida. Começa com uma batida eletrônica minimalista e Julian cantando calmamente, até que chega o refrão com sua única frase, "Living in a empty world". Mas a melhor parte da música fica para o final, com uma bonita seção permeiada por teclados. Uma das músicas mais interessantes do novo disco.

7 - Call Me Back: Uma canção lenta, que começa com um pequeno riff do Albert e Julian quase declamando a letra, até que chega no seu agradável refrão. A música continua com o mesmo estilo até seu término "estranho", cheio de camadas vocais.

8 - Gratisfaction: Junto com Under Cover, é uma das músicas com menos teclados do disco, e é preenchida com as guitarras de Albert e Nick Valensi. Possui um dos únicos solos do disco, e um refrão alegre, assim como a própria Under Cover.

9 - Metabolism: A segunda "surpresa" do disco, Metabolism lembra o experimentalismo de You're So Right, mas é mais agradável de se ouvir, com um excelente riff do Albert. Um coro vocal permeia algumas partes da música.

10 - Life is Simple in the Moonlight: O disco termina com uma das suas melhores músicas, que começa lentamente, com Julian cantando numa batida característica da Bossa Nova de Tom Jobim e cia. O refrão quebra com o estilo calmo do início e lembra as partes mais "elétricas" do disco. Se alguma música poderia ser escolhida para definir o álbum, seria Life is Simple... , já que ele possui os teclados proeminentes mas também as criativas frases de guitarra. Um excelente desfecho para um dos mais interessantes trabalhos de uma banda de rock nos últimos anos.

Com Angles, o Strokes se renova, e prova que não está estagnado no tempo e que não é mais aquela banda de Last Nite e Hard to Explain. Se isso será uma vantagem ou não, depende da aceitação dos fãs em relação ao novo som. Como fã dos anos 80, acho o disco excelente, uma grande homenagem a bandas como Joy Division e The Smiths, mas ainda com o estilo Strokes de Albert e Julian, os dois maestros do novo disco.

Nota: 8/10

1 comentários:

Lucas Francato 15 de maio de 2011 às 15:25  

Muito boa a resenha, parabéns.

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